Melhor custo/benefício - O triunfo do óbvio

Paula Carolina - Estado de Minas

Oitava reportagem da série analisa itens dos monovolumes compactos. Neste segmento valor garante equipamentos, mas, mesmo assim, é possível obter mais por menor preço

Caio Mattos/Honda/Divulgação
Bastante equipado, Fit ficou caro depois de passar por mudanças em 2008

A evidente discrepância de preços entre o Fiat Idea, mais em conta entre os monovolumes compactos, e o Honda Fit, o mais caro da turma, já aponta para uma conclusão aparentemente óbvia. O primeiro é quase um modelo básico, se é que se pode falar em básico neste segmento; enquanto o outro é bastante equipado. É fato. Porém, a grande diferença de custo entre ambos aponta para outra premissa importante: o Idea, mesmo depois de equipado com os mais importantes itens de série do Fit, além de freios ABS - grande pecado do Fit é sua ausência como item de série na versão de entrada -, continua com menor preço. Claro que o Idea foi lançado em 2005, enquanto o Fit, agora New Fit, passou por profundas mudanças no fim do ano passado. Esta série, no entanto, em sua oitava reportagem, atém-se a analisar o custo/benefício, comparando o preço sugerido (tabela) em relação aos equipamentos disponíveis.

Atualmente, além do Idea e do Fit, concorrem neste segmento o Chevrolet Meriva, lançado em 2002, e o Nissan Livina, no mercado há pouco mais de um mês. O Livina, embora não seja um autêntico monovolume, pois sua carroceria mistura características também de uma perua, está aqui enquadrado por ser um segmento alvo do fabricante. Foram tomadas como base as versões de entrada de cada modelo, nas motorizações 1.4 (Idea, Meriva e Fit) e 1.6 (Livina). Com relação aos itens analisados, mais uma vez, foram considerados os mais importantes no que diz respeito à segurança - cintos de segurança de três pontos e retráteis e apoios de cabeça para todos os ocupantes, airbag duplo e freios ABS -, e os mais pedidos pelo consumidor no âmbito conforto/conveniência - ar-condicionado, direção hidráulica (ou elétrica), trio elétrico, alarme, computador de bordo, CD Player e rodas de liga leve.

Ainda em conta

Dos equipamentos selecionados, o Idea tem de série apenas direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos e computador de bordo, além dos cinco apoios de cabeça, opção segura que vem dando pontos ao fabricante de Betim. Quando equipado com os demais itens selecionados (exceto cinto de três pontos para o passageiro do meio do banco de trás, que não existe como opcional; e alarme, que só é vendido atualmente como acessório), o Idea continua com preço competitivo (leia quadro) e ainda ganha, em pacote com os demais itens, os faróis de neblina.


Fabio Gonzalez/Chevrolet/Divulgação
Meriva custa menos, mas falha em segurança

Incompleto

O Meriva é também pouco equipado, mas tem o pacote básico de conforto: direção hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos (os quatro) e alarme. No entanto, na versão 1.4 não há como equipá-lo com todos os itens selecionados. A melhor opção é um pacote de opcionais com freios ABS, airbag duplo e mostrador digital com hora e temperatura, por pouco menos de R$ 3 mil. Ou comprar, em vez da versão Joy, que é a de entrada, a Maxx, que custa R$ 45.438 (cerca de R$ 2 mil a mais), e tem o mesmo mostrador digital, retrovisores elétricos e rodas de liga leve, além de um item importante que é a regulagem elétrica de facho de faróis. Neste caso, porém, não existe o pacote de opcionais da versão Joy.

Nova versão

Caro em relação aos dois primeiros concorrentes, o Livina, na versão de entrada, merecia maior cuidado. No quesito segurança só tem airbag e mesmo assim apenas para o motorista. No mais, oferece o mesmo pacote básico de conforto do Meriva, com o acréscimo dos retrovisores elétricos. E, como curiosidade, faltam-lhe ainda o banco traseiro ser bipartido (é apenas rebatível) e o travamento automático das portas a partir de certa velocidade, itens que não foram considerados na soma, mas que equipam os três concorrentes. Além disso, como não há opcionais disponíveis para o Livina, é preciso mudar de versão. A SL custa quase R$ 5 mil a mais (aproximando-se do preço do Fit) e nela ainda faltam o apoio de cabeça e o cinto de três pontos para o passageiro do meio do banco de trás, o computador de bordo e o alarme. Outra peculiaridade do Livina está na pintura: a única cor sólida é o branco, sendo necessário pagar-se mais R$ 950 pela pintura metálica.

Pecado mortal

O Fit tem todos os itens destacados, com exceção dos freios ABS, falha grave para um carro que custa mais de R$ 50 mil. O pior é que para ter o equipamento é preciso adquirir a versão superior LXL, que, além disso, tem a mais apenas quatro alto-falantes (a de entrada, LX, tem dois). Já a versão com motor 1.5 tem todos os equipamentos, mas aqui não foi considerada por custar R$ 58.280.

Veículo Básico (R$) Equipado (R$)*
Fiat Idea ELX 1.4 39.100 47.354
Chevrolet Meriva Joy 1.4 43.549 46.382**
Nissan Livina 1.6 46.690 51.490**
Honda Fit LX 1.4 51.845 54.635

Obs.: Preços sugeridos pelos fabricantes (tabela). Para haver variação, no mercado, devido a descontos que variam de concessionária para concessionária.
*: Os itens considerados foram: segurança - cintos de três pontos e retráteis e apoios de cabeça para todos os ocupantes, airbag duplo; conforto/conveniência: ar-condicionado, direção hidráulica (ou elétrica), trio elétrico, alarme, computador de bordo, CD Player e rodas de liga leve.
**: Não é possível equipar com todos os itens (veja abaixo).

QUAL TEM DE SÉRIE

Segurança

Airbag duplo: Fit e Livina (só para o motorista)
Freios ABS: nenhum
Cinco cintos três pontos e retráteis: Fit
Cinco apoios de cabeça: Fit e Idea

Conforto/conveniência

Ar-condicionado: Fit, Livina e Meriva
Direção hidráulica: Meriva, Idea, Fit (elétrica) e Livina (elétrica)
Trio elétrico (travas, vidros e retrovisores): Fit, Livina, Meriva (só vidros e travas) e Idea (só vidros dianteiros e travas)
CD Player: Fit
Computador de bordo: Fit e Idea
Alarme: Fit e Meriva
Rodas de liga leve: Fit


Texto: Portal Vrum (acesso em 26/05/09)

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