Microcarros - A hora e a vez dos pequenos

Enio Greco - Estado de Minas

Os modelos de grande porte são cada vez mais inadequados para os centros urbanos e com isso ganham espaço os veículos compactos, para quatro ou dois ocupantes

Malagrine Estudio/Mercedes/Divulgação / BMW/Divulgação
Smart Fortwo é um dos mais compactos, com capacidade para apenas duas pessoas. Lançado em 1959, Mini Cooper teve nova geração em 2006, ganhando aspecto mais moderno, sem perder estilo retrô, que garante sucesso

Crise mundial, poluição descontrolada, cidades sufocadas pela grande quantidade de veículos nas ruas e montadoras à beira da falência. Em meio a esse cenário tenebroso, a indústria automobilística mundial busca uma saída para a mobilidade nos grandes centros urbanos. A prática tem mostrado que os carrões de dimensões exageradas, com motores que consomem horrores e poluem em dobro, estão fora da nova ordem mundial. O bacana agora é carro pequeno, barato e, de preferência, movido por motor elétrico, com nível zero de emissão de poluentes.

Os micro e minicarros já são realidade, principalmente na Europa, Estados Unidos e Ásia, com várias opções para a escolha do consumidor. Em geral, são veículos com pouco mais de três metros de comprimento, ou até menos, ideais para solucionar o problema de falta de espaço nos grandes centros urbanos. Japoneses, chineses e coreanos são especialistas no assunto, mas algumas marcas europeias também estão investindo no segmento, que parece ter futuro promissor.

Entre os modelos japoneses vale citar o Nissan Nuvu, com três metros de comprimento e motor elétrico; o Suzuki Alto, de 3,50m e propulsor 1.0; o Mitsubishi I, com propulsão híbrida e capacidade para quatro ou cinco ocupantes; e o Toyota iQ, de 2,99m, que pode levar três adultos e uma criança ou apenas dois passageiros com compartimento de bagagem.

Na China, são produzidos modelos como o Byd Fo, de 3,46m e motor 1.0; e o Chery QQ, de 3,55m e motor de 800 cm³. Mas a coqueluche do momento é o indiano Tata Nano, de 3,10m de comprimento, motor de 623 cm³ e 33 cv, do qual já foi encomendado mais de um milhão de unidades. Trata-se do carro mais barato do mundo, com preço a partir de US$ 2 mil. Existem também opções coreanas, como o Hyundai i10, uma releitura do Atos, com 3,56m e motor 1.1 de 66 cv, além do Kia Picanto, de 3,53m, com versões 1.0 e 1.1.

No mercado europeu, a Volkswagen prepara a família Up!, composta por um hatch e um monovolume compactos, com lançamento previsto para o fim de 2010. A Citroën tem o C1, desenvolvido em parceria pelo grupo PSA (Citroën/Peugeot) e a Toyota Motor Corporation, produzido na República Tcheca, com 3,43m e opções de motores 1.0 a gasolina e 1.4 a diesel. O modelo da Peugeot para esse segmento é o 107, com 3,43m e motores 1.0 e 1.4. A marca francesa Venturi tem o supercompacto Eclectic, um três lugares com motor elétrico e apenas 2,78m de comprimento. Nos EUA, até a General Motors, acostumada a fazer carrões com motores V6 e V8, se rendeu aos compactos. A marca Chevrolet tem o Spark e o Matiz, modelos com cerca de 3,50m de comprimento, equipados com motores de baixa cilindrada.


Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press - 14/5/09 / Reva/Divulgação
O simpático Fiat 500, com 3,54m, desembarca no Brasil no início do segundo semestre. O Reva-I, também feito na Índia, é um 2+2 de 2,64m, equipado com tração elétrica


Para o Brasil

Modelos de dimensões reduzidas já estão disponíveis no Brasil, mas com preços salgados

A onda de minicarros começa a chegar também ao Brasil. A BMW já está trazendo para o nosso mercado o Mini Cooper, modelo lançado em 1959 e que foi reestilizado em 2006. Tem 3,70m de comprimento e chega com motor 1.6 em duas versões, aspirado e turbo, com preços que vão de R$ 92.500 a R$ 129.500.

A Daimler traz o Smart Fortwo, modelo de 2,69m de comprimento, comercializado com motor três cilindros de 999cm³ e câmbio automatizado de cinco velocidades. É vendido na carroceria cupê por R$ 57.900 e cabriolet por R$ 64.900. Outro modelo desse segmento que vai desembarcar no Brasil, no início do segundo semestre, é o Fiat 500, que foi reestilizado em 2007. Tem 3,54m de comprimento e vai chegar com motor 1.4 de 100 cv e preços entre R$ 60 mil e R$ 70 mil.

Os três modelos são vendidos no mercado europeu por preços que vão de 10 mil euros (R$ 29 mil) a 25 mil euros (R$ 72 mil), dependendo da versão. O Smart é o mais compacto, mas tem capacidade para apenas duas pessoas, enquanto os outros dois levam quatro. No quesito emissão de CO², o Smart também é o melhor, com 116 g/km, contra 156 g/km do Mini e 149 g/km do Fiat 500. Mas o mais curioso é saber que o Tata Nano supera os três, com emissão de CO² de 101 g/km. É só esperar que o indiano vem aí, poluindo menos e sendo mais barato.

Se a opção é um compacto com motor elétrico, já está sendo comercializado no Brasil o Reva-i, um minicarro feito por empresa também indiana e que é importado pela CAM Br, ligada ao grupo espanhol Endesa. O modelo tem 2,64m de comprimento e configuração 2 2, ou seja, leva dois adultos e duas crianças. É vendido por cerca de R$ 57 mil.


Texto: Portal Vrum (acesso 26/05/09)

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